como tudo começou – Thiago

On 18 de março de 2016 by Horizonte Nômade

1934780_1070948172967648_1173662236758944299_n

Sou caiçara tradicional do sul de Ilhabela e sempre tentei encontrar uma forma de facilitar o acesso ao mundo dos veleiros a todos, mas principalmente aos caiçaras, exímios conhecedores do mar por natureza.

Em 2007 eu e Andre Santana, caiçara do Tutuca, fizemos um curso do projeto “Skipper do Futuro” com o Cmte .Hill no Pindá Iate Club. O curso foi de um alto nível técnico e muito proveitoso pra nós, principalmente pelas trocas de experiências e bons amigos que fizemos ao longo do curso. Pessoas simples, verdadeiras e sinceras, como são também os legítimos caiçaras, talvez por isso a identificação imediata entre nós e aquilo que nos uniu ali, a paixão pela natureza e pelo mar. O curso foi muito bom, tivemos alguns barcos emprestados para as aulas praticas, mas sentimos que seria preciso ter um barco próprio do projeto para a iniciativa ter continuidade.

O Charlie Bravo ainda estava estagnado na Vila, num abandono de dar dó, e eu conversava sempre com o Arturo Justicia do Azimuth sobre a possibilidade de projetos sociais com aquele barco, mas infelizmente mais tarde ele acabou caindo nas mãos da prefeitura e encontra-se subutilizado pela burocracia e/ou falta de vontade.

A ideia de ter um veleiro que pudesse alcançar os objetivos de ser um barco escola de verdade para todos continuou latente em mim eu sempre comentava com amigos sobre ela esperando a oportunidade aparecer para fazê-la dar certo.

Até que num belo dia, na casa da Tatá, estávamos eu e o Paulinho num jantar que fizemos pra Tatá e umas amigas conhecerem preguaí e fruta-pão, quando por acaso Tatá comenta sobre sua vontade de aprender a velejar e a necessidade de encontrar alguém com conhecimentos de navegação, pois havia um amigo que lhe emprestaria um barco. Na mesma hora Paulinho arregalou os olhos e disse “de mar eu manjo”! Tatá perguntou se ele tinha habilitação náutica, ele disse “não, mas eu manjo”. Eu disse “eu tenho”. Algo me disse que aquele momento ao acaso iria mudar algo em nossas vidas.

Logo depois conheci o amigo que a Tatá comentara, o Ruy, e saímos para nossas primeiras velejadas com um Classic 16 chamado Victor.

Na sequência, Cadu retorna de viagem e conversamos sobre seus planos e o destino do Ideiafix, seu Cruiser 23. Ficamos ate altas horas conversando e as ideias se alinharam instantaneamente.

Fizemos algumas visitas ao barco para ver como estava, pois havia ficado muito tempo parado e sem manutenção. Fizemos também alguns reparos e uma bela revisão no motor de popa, um Mariner 8hp 2t, tudo com a mão na massa e troca de conhecimentos com amigos e conhecidos.

Aprendemos bastante nesses dias enquanto afinamos os detalhes do projeto de barco escola para torná-lo coletivo e compartilhar esses aprendizados, trocas e experiências com outros.

Agora estamos num momento de grande satisfação, de tornar esse sonho realidade, agregar novas parcerias e dividir nossas conquistas com os demais que quiserem se chegar.

Bons ventos!

P.S. da Tatá: essa figurinha gargalhando na foto é Cacau, filha de Tatá, cria dum mundaréu de gente bonita 🙂

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *